quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Impossível não ter saudade



Caro amigo Pablo Reis, não foi possível ser mais sucinto.  Você me transportou para o passado e o saudosismo transformou o que seria um simples comentário em mais um artigo. Mas acho que valeu a pena

Agradeço aos elogios e tenha a certeza de que a recíproca é verdadeira. Acompanhei seu início de carreira no antigo Correio da Bahia (que saudade!) e logo percebi que se tratava de profissional ético e talentoso, previsão comprovada em seguida com a conquista de vários prêmios (só não supera o imbatível Elieser César) e o respeito de todos os colegas. Fico feliz de ter tido a oportunidade de conhecer profissionais como você, Casé, Perla, Alexandre Lyrio, o folclórico Zezão, Regina Bochicchio, Zé Raimundo e os “perdigueiros” que trabalharam diretamente comigo na Editoria de Segurança Helga Cirino (minha querida Baixinha) e Marcelo Brandão, entre outros mais que posso defini-los como amigos para sempre.
Nossa equipe do Correio da Bahia era fantástica. No famoso anexotan – anexo da redação, também conhecido como Carandiru, travavámos conversas e discussões interessantes, inclusive sobre alguns temas referentes à  profissão que me incomodam até hoje, como a falta de ética, de "desconfiômetro", a linguagem desrespeitosa utilizada por alguns veículos e tantas outras coisas. Que bom que vocês existem, pois isso me dá a certeza de que a luta travada por alguns jornalistas "das antigas", não será em vão. Só para recordamos um pouco, lembra quando criei a coluna À Queima Roupa?  que depois se tornou o blog alimentado por nossa amiga Jaci (Diabos, não consigo escrever um texto sem citar essa criatura) com o talento que lhe é peculiar. Na oportunidade fizemos uma enquete para a escolha do nome e por pouco não foi batizada como "Na Mira", sugestão da própria Jaci. Lembra?
Mas, deixando o saudosismo de lado, vamos aos seus questionamentos relacionados à minha idéia sobre o PCI, os quais me sinto muito à vontade para responder, não como assessor de Comunicação social da SSP, mas pelo conhecimento de causa que adquiri ao longo de mais de 20 anos dedicados à reportagem policial. Como no futebol, um bom crítico conhece um craque ou um perna de pau "no arriar das malas", no entender do saudoso técnico baiano Sotero Monteiro. Poderia levar horas falando sobre minhas convicções, entretanto vou tentar ser sucinto e apenas responderei às duas supostas contradições que apresentou.
Bom, vamos lá: o tal chefão do PCI não foi parar no Baralho do Crime por ser considerado altamente perigoso e sim para que fosse logo preso, como aconteceu, já que essa nova ferramenta se tornou muito eficiente, graças à participação popular, através de denúncia. Também  para que chegasse a um ponto final a novela criada em torno de sua figura.
 Quanto ao outro item, considero normal o número de policiais que participaram da operação para desarticular a quadrilha. Como repórter,  acompanhei dezenas de ações como esta, com a utilização de efetivo policial bem maior. Mais recentemente, como Editor de Polícia, por exemplo, coordenei de perto minha equipe de reportagem na operação que resultou na prisão do traficante Leno, na Baixa do Soronha  (em Itapuã),  na ação para desbancar o grupo do mafioso Perna,  que ditava crimes audaciosos do interior do complexo penitenciário,  e, nos últimos meses, operações para prender quadrilhas de assaltantes de bancos e caixas eletrônicos, que contaram com a participação de dezenas de policiais.
 Portanto, como pode ver, se você realmente confia no meu taco, não existem contradições. Estranha foi a operação realizada pela autoridade por você citada, o evangélico delegado titular de Cachoeira, que saiu acompanhado de apenas um investigador, numa verdadeira cruzada santa para capturar os bandidos em questão, liderados por um ser de “corpo fechado”.  
Acredito que se trata de um homem bem intencionado, mas com convicções meio confusas. Nós sabemos muito bem que em praticamente todas as profissões existem pessoas influenciadas por variados fatores perturbadores, como, por exemplo, o fanatismo religioso. Não posso garantir ser esse o caso, mas não dá para negar que ele adora aparecer na mídia.
Finalizando, claro que sei que não foi um "foca maroto", que grafou a sigla PCI em muros de Cachoeira e que qualquer bando pode se intitular como quiser. Mas, cabe aos veículos de comunicação reproduzir esse fato de forma responsável, deixando claro que não existe nenhuma ligação ou semelhança com o poderoso PCC paulista, evitando causar pânico injustificado.
Um grande abraço.

7 comentários:

  1. vixe!!!!!!!! E não é que a criatura ressuscitou o Anexotan?! (aos neófitos: ANEXOTAN= ANEXO + LEXOTAN, porque só tinha maluco, estressado, pinel rs rs rs). Esqueceu do nosso Bougê, né? Talvez o mais autêntico representante do espaço... Ôxe! até a escolha do nome da coluna ele lembrou, aff!
    Com relação ao sensacionalismo que tempera atualmente o noticiário, estou perto de jogar a toalha, Eriva. Depois do que fizeram com aquela pobre mulher de Pindobaçu - quando digo "pobre" é no sentido de ignorância, desconhecimento, vulnerabilidade - que ganhou status de celebridade e foi usada e abusada por nossos coleguinhas, nada mais me surpreende. A gota d'água foi a comparação entre ela e um personagem de desenho animado, com foto e tudo. Alguém imagina as consequências desse tipo de irresponsabilidade? Mas, deixa quieto! Só quem faz jornalismo das antigas pode entender esse tipo de inquietação que nos atinge.

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  2. Fico feliz por terem gostado do blog e espero que continuem participando para que eu mantenha o tesão, superando o stress da rotina diária e as dificuldades causadas pelo recente AVC que me tiraram a movimentação da mão direita. Mas, para tê-los próximo, mesmo apenas através de uma tela de computador, vale a pena digitar somente com umas das mãos. Grande abraço para Jaci, Mônica, Pablo, para o generoso Dilton e seu filho David, para a Baixinha (Helga), Marco Navarro, os meus fieis companheiros da Ascom da (SSP). Ah! em tempo, Jaci, não poderia esquecer o maior doido que passou no Anexotan, o incorrigível Bougê. Seu único defeito é ser o mais chato torcedor do Vitória. Ele não foi citado no último artigo porque me referi apenas aos jovens colegas, pois estes sim poderão manter a luta que os "Das Antigas" travam hoje. Nós, incluindo o velho Bougê, estamos em fim de carreira, já dobrando o cabo da boa esperança. Xi, esse negócio de cabo pode pegar mal! Melhor esquecer isso.

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  3. E! esqueci do misterioso Malagueta. Quem será essa criatura, tão apimentada quanto seu pseudônimo? Um abraço para você também. A propósito, será que tem o corpo fechado?

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  4. Beijo também para Tia Peróla, uma espanhola retada!

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  5. Amigo Erival,
    Sabes que admiro seu trabalho e já fazem uns 3 anos que o conheço e sei da sua garra, competência e profissionalismo.Sei que é pouco tempo para poder falar algo, mas se falo, falo com a certeza de que sei o que estou falando.
    Desejo tudo de bom sucesso hoje e sempre, que a vida sempre nos traga ensinamentos para que possamos olhar para trás e ver o quanto caminhamos e aprendemos nessa nossa longa caminhada que são nossas vidas.

    George

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  6. Valeu, George. continue acompanhando nosso blog. Um abraço.

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