quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Anedotário de polícia

           
 Burro não identificado

       
 Eu era o chefe do Copy-Desk da Tribuna, o que na Carteira Profissional era o pomposo nome de Editor de Texto. Era início dos anos 70, quando se datilografava em laudas timbradas com o nome do jornal e com espaços para o repórter colocar o seu nome, o assunto e a data.
Um burro foi atropelado e morto na Avenida Barros Reis. O repórter anotou a ocorrência, mas não se sabia quem era o dono do burro. Aí ele disparou na matéria: “Um burro até agora não identificado foi atropelado e morto ontem...”.
A matéria chegou até as mãos do redator-chefe, Quintino de Carvalho, que sempre tinha à mão um pincel atômico vermelho. Não deu outra: fez um círculo em torno da expressão “burro não identificado” e puxou uma seta até o espaço da lauda onde tinha o nome do repórter. E anotou: “Ainda não?”

    Chico Ribeiro Neto (ex-repórter e ex-editor de Texto da Tribuna da Bahia)

3 comentários:

  1. Olá, Val!
    Antes tarde do que nunca, em sendo este o meu primeiro acesso ao seu blog! É valioso ter contato com iniciativas corajosas e sérias como esta.
    Desejo que a linha instigante dos seus textos encontre cada vez mais ecos solidários!
    Parabéns!
    Do seu cunhado,
    Roberto

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  2. Caro Erival, como prometido, aqui estou. Vamos trocar figurinhas.
    Abração.

    Chico Muniz

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